Radiografia de Tórax é um método rápido, simples e de baixo custo que faz parte da prática da maioria dos médicos.
Introdução à radiologia
Para iniciar o estudo das radiografias de tórax, é necessário conhecer as incidências radiológicas apropriadas para cada caso. As incidências mais solicitadas na emergência são: frontal (PA ou AP) e perfil. Os termos AP (anteroposterior) e PA (posteroanterior) referem-se à direção da penetração dos raios, de sua fonte ao filme.
Por convenção, a radiografia frontal de rotina é realizada com o paciente em posição ortostática e em inspiração profunda. Os raios X são direcionados horizontalmente e a fonte de radiação é posicionada a 1,80 m do filme, que deve estar em contato próximo com a região a ser radiografada. Essa é a radiografia de tórax em PA, na qual os raios atravessam o corpo do paciente de trás para frente.
AE = átrio esquerdo;
AO = arco aórtico;
AP = artéria pulmonar;
VD = ventrículo direito;
VE = ventrículo esquerdo.
1. Se a dose de radiação aplicada foi adequada: em uma boa radiografia, os pulmões não devem estar completamente escurecidos. Deve-se visualizar a sombra da coluna vertebral apenas em suas porções superiores (até 2 corpos vertebrais abaixo da projeção da clavícula), e os vasos do hilo pulmonar devem ser facilmente identificáveis.
2. Se o paciente estava em inspiração profunda: o ideal é que o exame seja realizado em apneia inspiratória profunda. Quando o exame é feito nessa condição, podem ser visualizadas de 7 a 9 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares.
3. Se o paciente estava bem posicionado, centrado: para que o exame esteja bem centrado, as bordas mediais das clavículas devem estar eqüidistantes do centro da coluna (processos espinhosos). Além disso, as escápulas não devem se sobrepor às imagens pulmonares.
Não existe uma forma única para a interpretação da radiografia simples de tórax, porém uma sistematização da avaliação é sempre recomendada, com o intuito de evitar o esquecimento de algum item a ser observado.
O coração, a aorta e o sangue apresentam densidade intermediária, da mesma forma que o pulmão doente, sem ar. Assim, duas estruturas distintas, mas com a mesma densidade, estando em contato direto, não podem ser diferenciadas.
Derrame Pleural
A periferia da base de cada cavidade pleural forma um sulco bastante profundo ao redor do hemidiafragma correspondente. Esse sulco é chamado seio ou ângulo costofrênico. O seio costofrênico tem quatro porções: anterior, posterior, lateral e medial. A porção mais profunda e mais caudal é o seio costofrênico posterior. Esta é uma das razões que justifica a radiografia de perfil para ter certeza da ausência de derrame pleural. Derrame pleural é a invasão do espaço pleural por coleção líquida, podendo ser este livre ou septado.
O derrame pleural na radiografia em PA pode aparecer de quatro formas:
• preenchendo os seios costofrênicos;
• formando um menisco lateralmente com curvatura voltada para cima;
• ocultando-se na região subpulmonar;
• formando opacidades periféricas em “calota” quando está septado ou encistado (derrames inflamatórios).
O derrame pleural frequentemente apresenta uma borda superior côncava, ou menisco, que parece mais alta lateral do que medialmente. De modo contrário, ao colapso pulmonar, o derrame pleural desvia as estruturas pulmonares para o lado oposto. Já o derrame subpulmonar fica retido entre o diafragma e o pulmão. Pode-se assemelhar à elevação do hemidiafragma em vez da imagem do menisco curvo. Para diferenciar o derrame subpulmonar da elevação do diafragma à direita, deve-se observar a distância entre a bolha gástrica e a cúpula do diafragma, que geralmente estão em contato íntimo.
Tuberculose Primária
É composta por um foco primário de infecção com consolidação de tamanho variável em um único lobo, hipertrofia unilateral dos linfonodos hilares que drenam esse lobo e derrame pleural ipsilateral pequeno a moderado. Mais raramente, podem ocorrer disseminação endobrônquica com consolidação alveolar bilateral e disseminação hematogênica com infiltrados miliares. As lesões radiológicas demoram meses para desaparecer. A cura pode deixar resíduos calcificados (Nódulos), que são achados frequentes em radiografias de adultos.
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